Capítulo Terceiro
1. “Você possui muitas belas qualidades”,
começa a dizer-lhe o Pároco Padre Pezzana “e poderia utilizá-las em fazer muito
bem”. O garoto
Piamarta é um tipo vivo e decidido: “Sim, gostaria de tornar-me padre, mas sou
pobre e não saberia como conseguir”. “Acharemos uma solução... por enquanto comece a tomar na mão os
livros... Eu serei seu mestre”. Padre Pancrácio Pezzana manteve a palavra: tornou-se mestre dele (e
tinha para isso todos os títulos e a experiência), providenciou-lhe os livros e
falou com uma Senhora, que permaneceu anônima, a qual irá pagar com
regularidade os estudos dele até o fim.
2. No entanto estava amadurecendo a unidade
política da Itália, que suscitava muitas paixões das quais a cidade de Brescia
tinha participado com suas célebres “dez jornadas”. Em 1859 a poucos quilômetros da
cidade combatem-se as terríveis batalhas de São Martinho e Solferino com novas
mortíferas armas que produzem um espantoso massacre. Brescia está sendo
invadida por milhares de feridos, hospedados nas igrejas. Entre os voluntários
que acorrem pra prestar ajuda está também o jovem Piamarta, generoso e ativo
como sempre, já com seus dezoito anos.
3. Generoso e ativo, mas quantas
dificuldades têm que enfrentar, a partir dos estudos. Às vezes tinha medo de
não conseguir, tão exigentes que eram para ele. Consolem-se
meninos: também o jovem Piamarta teve que suar e suar na escola. As suas notas ele teve
que arrancar dos professores pela firme vontade de conseguir. Não era de certo
o primeiro da sua turma, porque tinha que ler e reler, estudar e estudar para
ficar na metade da média. A inteligência dele era
prática que o levava mais para soluções concretas do que às especulações
elevadas filosóficas ou teológicas. Mas queria chegar à meta
custe o que custar e sendo necessário estudar, estudava mesmo. Sempre teve de fato o
sentido da meta.
4.
E havia mais dificuldades, as que são próprias da juventude..., passou por
todas. Tinha medo de ser indigno do grande ideal rumo ao qual tinha-se
encaminhado, em certos momentos parecia-lhe impossível, reservado a pessoas bem
melhores do que ele. Percebia-se longe daquilo que queria ser. Certo dia se apresenta ao
seu Padre Pezzana e lhe diz que está encontrando-se em dificuldade. “Você gosta das moças?”
questiona-lhe de imediato o seu interlocutor. “Gosto”, responde-lhe
desarmado o jovem. “Bom... mas se o Senhor
pedir, você estaria disposto em renunciar ao amor pelo Amor?” Um longo momento de pausa: “Se Ele me ajudar, me entrego todo a
Ele”. E Padre Pezzana: “Se o Tudo
lhe pede o seu pequeno tudo, é porque Ele quer dar-lhe o seu grande Tudo”. “A
partir daquele momento tudo me pareceu mais fácil: senti-me livre, parecia-me
voar”.
5. Entretanto ele tinha conhecido uma personalidade
fascinante, um santo simpaticíssimo, amigo dos jovens: São Felipe Néri, que
vivera em Roma três séculos antes. Enquanto aos poucos lia as suas famosas
“máximas” e vinha conhecendo seu modo de agir, compreendia que era pequeno,
pequeno, um anão diante de um gigante. Mas sabia também que se um anão subir
nos ombros de um gigante consegue enxergar mais longe “Eu queria ser como São
Felipe: um santo que sabia viver com os jovens, tornando simpática a virtude e
um amigo que os permitia ser jovens sem tornarem-se velhos no espírito,
ajudando-os a enfrentar a vida com coragem e alegria”.
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