LA PRESENZA DELLA CONGREGAZIONE SACRA FAMIGLIA DI NAZARETH NEL MONDO

domenica 23 dicembre 2012

185 - AS ORIGENS

CAPÍTULO 1

João Batista Piamarta nasceu em Bréscia na 6a. feira do dia 26 de novembro de 1841.
Bréscia nesta época era uma cidade com pouco mais de 30.000 habitantes, pertencendo ao Reino Lombardo-Veneto, sob a dominação austríaca. A família Piamarta estava em Bréscia há duas gerações, tendo chegados ao Piemonte no início do século.
A família é pobre e vive no bairro popular de S. Faustino.
O avô era sapateiro e o pai barbeiro: uma família como tantas outras do tempo, numerosa, preocupados com os problemas da sobrevivência quotidiana, uma daquelas famílias que vivem emprensadas em pequenos casebres, em bairros populares com ruas apertadas. O ponto comum de encontro das esquinas e das estradas é a igreja paroquial, verdadeiro lugar de socialização. Naturalmente, outro ponto de encontro para os homens é o bar, como para as mulheres é a fonte do bairro ou o Rio Garza e para os meninos é a estrada e as pequenas pontes sobre o rio, que, até então, escorriam livremente pelo bairro. A paróquia dos santos Faustino e Giovita é uma das mais populosas da cidade; é dedicada aos patronos de Bréscia, que, justamente por isso, merecem uma das igrejas mais majestosa.  E, nessa igreja, vem batizado Joãozinho, no dia seguinte ao seu nascimento, sábado 27 de novembro de 1841. O sacerdote que celebra o rito da iniciação cristã era padre Luís Apollonio, um grande educador e distinto benfeitor, fundador do instituto para meninos abandonados “Derelitti”, um verdadeiro apóstolo da juventude. Uma pura coincidência?

O registro do batismo relata os seguintes dados: “Piamarta João Batista, filho de José e de Ferrari Regina, habitantes no bairro de S. Faustino n°. 3.104, casados na catedral em 20 de novembro de 1836, católicos”.
O pai é descrito por todos como um homem bom, dedicado ao seu trabalho, mas também à garrafa de vinho. E, quando embriagado, se torna violento. A mãe é “uma mulher cristã, no verdadeiro sentido da palavra e de grande bondade”; porém, não deixa faltar firmeza na educação dos filhos.
Joãozinho sente logo as dificuldades e a dureza da vida.
É vivaz, inquieto, gosta de pular, brincar, correr à margem do rio Garza, para cima e para baixo, pelas pontes em manobras impressionantes junto com os outros meninos, causando os primeiros problemas: e quando o pai está enfurecido não se contenta somente em repreendê-lo, mas lhe dá uma surra. E freqüentemente Joãozinho não entende o por quê.

Por sorte tem a mãe, piíssima e afável, que o defende, não lhe deixa faltar o afeto, o educa à piedade, lhe faz gostar da igreja e, sobretudo, o encaminha ao oratório.
O caráter de Joãozinho é vivo e tenaz ao ponto de se tornar, às vezes, teimoso.
Recordamos aqui o famoso episódio da sopa. O transmitimos com as palavras da senhora Bice Trabucchi, que tinha escutado diretamente de padre Piamarta: “Quando isto aconteceu o garoto tinha sete ou oito anos. Uma noite a mãe tinha preparado para o jantar sopa de arroz com ervilhas. O menino empurrou o prato declarando firmemente que não comeria aquela sopa, porque não gostava. A mãe, calma e mansa, diz ao filho: “comerá a sopa ou irá para a cama com estômago vazio”. O menino se levanta e vai dormir. Na manhã seguinte na hora do café, no lugar de café e leite, tem no seu lugar a sopa da noite anterior e, para piorar, fria. Piamarta teima que não comerá. E a mãe tranqüila o manda para a escola, dizendo simplesmente: “quando terá fome, comerás”. O desafio se prolongou o dia todo sem que Joãozinho cedesse ..., mas finalmente a fome o derrotou e o pequeno rebelde se submeteu e pediu perdão.
Foi então, que a mãe, com firme doçura lhe fez entender como o homem deve trabalhar sobre si mesmo e começar desde criança a dominar a própria vontade. Ah! como agradeço, conclui o santo sacerdote, a minha mãe, que com um amor iluminado me ensinou a vigiar sobre a minha natureza teimosa.
Mas o menino faz logo também a experiência da passagem da morte, que vem bater prematuramente e freqüentemente na família: quando tem nove anos morre a irmã, com dois anos mais velha. No ano seguinte é o luto mais grave: perde a mãe. Aos treze anos, vê morrer outro irmão.

Permanece em casa com o pai e com o último dos irmãos, Luís Francisco.
Uma infância provada pela pobreza e pelos lutos, que deixarão sempre, também nos momentos de alegria, um véu de tristeza sobre a sua face e, sobretudo, abrirá no seu coração uma grande compaixão para com os meninos órfãos, pobres e abandonados.
A sua paixão de educador tem raízes também nessa dolorosa experiência.
Por sorte, o avô materno, um modesto torneiro, toma cuidado de sua educação: é um grande narrador de episódios da história profana e da história Sagrada, que incitam a fantasia do menino e lhe fazem sonhar grandes empreendimentos.
É outra característica da personalidade do futuro educador, que aprendeu já na infância: a grande paixão para com a história Sagrada e a particular capacidade de narrá-la aos seus meninos, deixando uma profunda lembrança na sua memória.
O espaço apertado de casa e a curiosidade da idade o impulsionam a sair para fora, ao aberto, e a tomar o rumo com as primeiras companhias de amigos mais espertos do que ele das coisas da cidade.

E aqui o seu horizonte se alarga e começa a perceber também os problemas mais vivo do momento, a partir daqueles da pátria: os jogos são sempre jogos, mas algumas vezes se tornam perigosos justamente porque refletem o clima geral das tensões em confronto com a Áustria. Aquilo que é curioso é que a Áustria não administrava mal o seu império, ao contrário será lamentada, em seguida, mais de uma vez. Mas era presunçosa e isto irritava. Além de ter naturalmente o dúplice defeito de ser fundamentada em uma política de vigilância policial e, aquele mais grave, de não ser italiana. “Grupos de meninos, narra a história de Bréscia, divididos por paróquias, se recolhiam nas encostas e com bandeiras de papel com as cores italiana, húngaros e austríacos, iniciavam batalhas encenadas, nas quais as pedras voavam e frequentemente feriam de verdade. Porque a pior tocava sempre àqueles que representavam os austríacos, o povo aplaudia e, no entusiasmo, autênticos soldados austríacos se tornavam alvos preferidos de golpes bem certeiros.
O menino Piamarta cresceu neste ambiente, marcados por episódios de rivalidades, que mostravam claramente o clima, no qual nasceram os famosos “Dez dias de Bréscia”, uma heróica e azarada tentativa de rebelião e de independência da Áustria.
Para a cidade de Bréscia foram dias inesquecíveis pela revolta comum; com exceção de alguns nobres que tinham se refugiado em tempo no interior, a revolta foi geral.
Se o ressurgimento italiano geralmente não foi um fenômeno popular, mas de uma elite, o mesmo não se pode dizer da revolta bresciana.

Foi uma experiência intensíssima e traumática: em baixo os sinos tocavam alternadamente, no alto, do indestrutível e bem armado castelo, respondia o canhão, que lançava fogo e destruição sobre as casas.
Sobre os muros um povo se defendia com os fuzis contra os canhões de um exército muito bem organizado. O terrível comandante Haynau, admirado e estupefato pela garra dos brescianos, teve que recorrer ao terror para reprimir as últimas irredutíveis resistências: “ordenou que não se fizesse mais prisioneiros e fossem imediatamente massacrados todos aqueles que fossem pegos com arma na mão. As casas, da qual vinham disparados os tiros, eram incendiadas e assim aconteceu que o fogo, já iniciado, parte por ação das tropas e parte pelos bombardeios, se acendeu em muitos lugares”. Bréscia pagou caro por sua revolta: fuzilamento de populares em massa, impostos altíssimos e humilhantes (a Áustria fez pagar também as despesas do bombardeamento!).
E, mais tarde, a condenação à morte de Tito Speri, um inquieto, inteligentíssimo, generoso, sedutor de jovens nos dias da luta e um organizador da sucessiva resistência. Esteve antes no seminário, refugiando-se, sem verdadeira vocação depois de ser afastado das escolas ausbúrgicas, e depois de idéias de Mazzino.
A sua morte foi descrita como edificante e comovente: “Eu não vou à forca, mas sim às núpcias”, escrevia no dia antes da morte. E diante do patíbulo: “Vou a vós meu Deus: vou a vós, meu caro Jesus. Recebei-me no paraíso”.
Joãozinho tem oito anos e a experiência daqueles dias de sofrimento e de fogo, de indignação e de raiva, de comum entusiasmo e de grande desilusão, com um sentimento crescente de aversão contra a “tirania” e de amor para a liberdade, não serão nunca apagadas das suas primeiras impressões e do seu coração atento e sensível.

Pouco tempo depois, quando tem treze anos, Joãozinho assiste a um acontecimento excepcional: a visita e a entrada solene na cidade do imperador Francisco José, que numa tentativa desesperada de pacificação com Bréscia levou consigo também a fascinante e jovem imperatriz, a célebre Sissi.
Mas é acolhido friamente, quase como se fosse um funeral, por uma população fechada num silencio sepulcral: nada a fazer com os brescianos. É uma verdadeira decepção vergonhosa para o casal imperial e para a própria Áustria. Também a imperatriz, em pranto, toma consciência que para a coroa imperial a cidade já está perdida, tal era o abismo de desconfiança e aversão que separavam as duas realidades.

Bem diverso é o espetáculo que o menino assiste, no clima eufórico da independência já sentida como próxima, à metade de 1859: em 6 de junho entra triunfalmente em Bréscia, apenas abandonada às escondidas pelas tropas imperiais, José Garibaldi, acolhido como libertador: “ele cavalgava naquele dia, em meio a acolhida de um povo quase delirante de alegria, com aquela sua postura, que às vezes, parecia um homem fora do nosso tempo, sem pensar ao momento e a si, somente intencionado em olhar em frente, longe”, escreverá um garibaldino com retórica, mas mostrando bem o clima que circundava o mítico herói libertador”.

O dia 16, toca a Vitório Emanuel II, o rei piemontês, que logo será o rei da Itália. Dois dias depois é a vez de Napoleão III, o imperador francês, aliado com o piemonte: também ele atravessava as ruas da cidade, acolhido pelo entusiasmo eufórico da multidão bresciana.
Os dois soberanos empreendem alguns dias depois a batalha decisiva com o imperador da Áustria, Francisco José; combate que determinou a passagem de Bréscia e da Lombardia da Áustria ao Piemonte e, portanto, à Itália.

 Os dias depois de 25 de junho foram marcados por um mar de feridos que invadem a cidade, depois dos grandes e crudelíssimos combates de São Martinho e Solferino, as batalhas que decidem a sorte de Bréscia e da Lombardia. Os feridos são levados para Bréscia, única cidade próxima ao teatro dos dois terríveis massacres,: chegam mais de 35.000. Somente na catedral são alojados 600. A generosidade dos brescianos admira mais uma vez com uma assistência organizada e ordenada.
Não é por nada que a “cruz vermelha” nasce à vista dos horrores das duas batalhas e depois de ter observado a admirável organização dos socorros por parte dos brescianos.
Entre eles, naturalmente, se encontrava também Piamarta, com seus 18 anos, que recordará com comoção, mas também com certo prazer, a sua participação a assistência dos feridos franceses, hospedados em S.Cristo. Ele dizia brincando de ter aprendido o francês, ao oferecer sopa a eles: “voulez vous du bouillon? … Oui,oui, monsieur!”.

Os acontecimentos que vão de 1848 ao 1859 foram episódios decisivos para a história da Itália, mas também importante para a vida de um menino e de um jovem, que nunca esquecerá de pertencer a uma cidade que participou tão ativamente e unanimemente à construção do próprio futuro de liberdade. O seu caráter forte e decisivo, interessado ao futuro e aos problemas da pátria, vista quase sempre a partir da ótica de sua Bréscia, mas sobretudo às dificuldades da gente que sofre, foi influenciado inevitavelmente também por estes acontecimentos.

Foi, afinal, o tempo de sua infância e sua adolescência, um período movimentado, cheio de acontecimentos trágicos e heróicos, movidos e agitados por grandes paixões patrióticas e políticos vividos com firme determinação. Eventos e paixões que o colocaram em contato com os grandes problemas da liberdade da pátria e do sofrimento das pessoas, que sensibilizaram aos problemas da Itália, mas que também lhe abriram os olhos sobre o preço que é necessário pagar para realizar os ideais mais nobres.
Uma lição que lhe será útil para as suas decisões onde o mais alto idealismo tiveram que ser medido sempre à luz da realidade.

Nessun commento:

Posta un commento

Nota. Solo i membri di questo blog possono postare un commento.

Contatore per siti