Capítulo Décimo
1. Dia 16 de junho de 1912: um triunfo. No Instituto Artigianelli
celebra-se o vigésimo quinto aniversário da fundação do Instituto. É
uma avalanche de reconhecimentos: cartas e telegramas de toda parte, ex-alunos
que acorrem em massa, presença de autoridades civis e religiosas, testemunhos
emocionantes do imenso bem realizado: todos aplaudem e unem-se para festejar “a
fundação deste grandioso Instituto que custou tantas dificuldades e fadigas,
tantos suores e sacrifícios”, mas que está sendo coroado “por uma imensa
quantidade de queridos jovens, que cresceram e saíram como verdadeiros
cristãos”.
2. O Instituto agora está verdadeiramente belo e grandioso. Da
primeira casinha até hoje, os edifícios se multiplicaram, para serem
completados com vastos pórticos e a bela igreja em 1907. Padre
Piamarta escuta, mas parece ausente. A mente dele vai aos benfeitores, sem os
quais não teria feito nada. Admira a generosidade deles, mas também a confiança
oferecida a ele, sem títulos e experiências anteriores. “A
gratidão deve ser a primeira virtude do Instituto”, continuará ele repetindo.
Os recorda um por um, em especial os irmãos Marietta e Angelo Muzzarelli, junto
com todas as humildes pessoas que dedicaram sua vida aos seus meninos, a partir
de Felipa Freggia, a mãe dos primeiros tempos.
3. É feliz com o belo grupo de sacerdotes e religiosos irmãos que o
cercam e garantem a continuidade da obra. Ele sabe que esta família é o presente
mais precioso que o Senhor podia-lhe oferecer. Os vê ricos de verdadeiro espírito sacerdotal e religioso e os vê
práticos e ativos, sensíveis aos pobres. “Agora o teu servo pode ir em paz”,
murmura ele bem baixinho, “ porque os meus olhos viram a salvação, preparada”
para tantos jovens e garantida também após minha partida.
4. Seu mais querido amigo, aquele da precoce aventura sobre o monte
Madalena (lembram?), tinha-lhe escrito poucos dias antes: “Seu ânimo
sensibilíssimo merece a mais afetuosa admiração por parte de todos os nossos
concidadãos. Você tem justamente merecido o gozo de um paraíso antecipado”. “O
paraíso no céu, talvez,” tinha-lhe respondido, “mas no sentido puramente
humano, a obra não me deu outros frutos a não serem tribulações e espinhos sem
nome, penas incríveis, desenganos de toda espécie”.
5. Justo em meio a essas dificuldades, a Providência sempre o tinha
guiado e ajudado e ele tem possibilidade de reconhecer que a obra não foi querida
por ele, e sim por Aquele que “provê aos menores entre seus filhos”, e que escolheu
a ele, pobre padre, “uma mancha de tinta do livro de ouro da caridade”, a fim
de demonstrar que nós somos instrumentos na mão onipotente do Altíssimo. Por
isso recomenda para “não apoiar-se unicamente sobre cálculos humanos”, mas
“confiar sempre na infalível ajuda”, que manterá viva a sua obra, até quando a considerarmos
Sua.
6. Olhando para frente no tempo, ele sente-se seguro que tantas
fadigas não foram inúteis e que ele, “servo inútil e preguiçoso”, conseguirá
ser mais útil de lá “do seio de Jesus bendito” de onde poderá acompanhar melhor
“a contínua, progressiva prosperidade da obra” que o Senhor lhe tem posto entre
as mãos e que ele está pronto a nas mãos de seus sucessores.
7. Os
aplausos o fazem sorrir, mas ele pensa naqueles jovens que poderia ter ajudado,
mas não conseguiu como aqueles que hoje não vieram e que ele estava esperando. “Chegou o tempo de rezar mais por eles, porque
se hoje não os vi aqui, deverei vê-los no Paraíso”.
No
Paraíso entrará aos 25 de abril de 1913.
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